Lucas23
Jesus perante Pilatos e Herodes
"Mt 27.1, 2, 11-26; Mc 15.1-15; Jo 18.28-40; 19.1-16"
- 1E, levantando-se toda a assembleia, conduziram Jesus a Pilatos.
- 2E começaram a acusá-lo, dizendo: Achamos este homem perturbando a nossa nação, proibindo pagar o imposto a César e dizendo ser ele mesmo o Cristo, um rei.
- 3E Pilatos lhe perguntou: Tu és o rei dos judeus? Jesus lhe respondeu: É como dizes.
- 4Então Pilatos disse aos principais sacerdotes e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem.
- 5Eles, porém, insistiam ainda mais: Ele coloca o povo em alvoroço e ensina por toda a Judeia, vindo desde a Galileia até aqui.
- 6Ao ouvir isso, Pilatos perguntou se o homem* era galileu.
- 7Quando soube que ele era da jurisdição de Herodes, enviou-o a ele, que também estava em Jerusalém naqueles dias.
- 8Quando Herodes viu Jesus, ficou muito contente, pois desejava vê-lo havia muito tempo, por ter ouvido falar a seu respeito. E esperava vê-lo realizar algum sinal.*
- 9"E Herodes lhe fez muitas perguntas; mas ele não respondeu a nenhuma."
- 10Os principais sacerdotes e os escribas estavam presentes e o acusavam com grande veemência.
- 11Então, com os seus soldados, Herodes tratou-o com desprezo e, zombando dele, vestiu-o com uma roupa resplandecente e o mandou de volta a Pilatos.
- 12Pilatos e Herodes tornaram-se amigos nesse mesmo dia, pois antes eram inimigos.
- 13Então Pilatos convocou os principais sacerdotes, as autoridades e o povo.
- 14"E disse-lhes: Vós me apresentastes este homem como agitador do povo; mas, interrogando-o diante de vós, não achei nele culpa alguma naquilo de que o acusais;"
- 15nem Herodes, pois o mandou de volta a nós. Ele não fez coisa alguma digna de morte.
- 16Eu o castigarei e o soltarei em seguida.
- 17[Ele tinha de soltar-lhes um preso por ocasião da festa.]*
- 18Mas todos gritaram juntos: Fora com ele! Solta Barrabás!
- 19Barrabás havia sido preso por causa de uma rebelião na cidade e por homicídio.
- 20Então Pilatos lhes falou mais uma vez, pois queria soltar Jesus.
- 21Eles, porém, gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o!
- 22Então lhes falou pela terceira vez: Mas que mal ele fez? Não achei nele nenhuma culpa digna de morte. Eu o castigarei e o soltarei em seguida.
- 23Mas eles insistiam aos gritos, pedindo que ele fosse crucificado. E os seus gritos prevaleceram.
- 24Então Pilatos resolveu atender à exigência deles
- 25e soltou aquele que eles haviam pedido, o que havia sido preso por causa de rebelião e homicídio. E entregou-lhes Jesus em suas mãos.
Jesus a caminho do Gólgota
- 26Quando o levaram dali, pegaram um certo Simão, que era cireneu e vinha do campo, e puseram-lhe a cruz sobre as costas, para que a carregasse atrás de Jesus.
- 27Uma grande multidão o seguia, e também mulheres, que choravam e lamentavam por ele.
- 28"Jesus, porém, virando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, sim, por vós mesmas e por vossos filhos."
- 29Porque virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os seios que não amamentaram!
- 30"Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós; e às colinas: Cobri-nos."
- 31Pois, se fazem isso com a lenha verde, que farão com a seca?
- 32E levavam também com ele dois criminosos, para serem mortos.
A crucificação
"Mt 27.32-56; Mc 15.21-41; Jo 19.17-37"
- 33Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, ele e também os criminosos, um à sua direita e outro à esquerda.
- 34Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. Então repartiram entre eles as roupas dele, tirando sortes sobre elas.
- 35E o povo estava ali, olhando. E as autoridades o ridicularizavam, dizendo: Salvou os outros, então salve a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus.
- 36Os soldados também zombavam, e, aproximando-se, ofereciam-lhe vinagre
- 37e diziam: Se tu és o rei dos judeus, salva a ti mesmo.
- 38E esta inscrição estava acima dele: ESTE É O REI DOS JUDEUS.
- 39Então um dos criminosos crucificados blasfemava dele, dizendo: Tu não és o Cristo? Salva a ti mesmo e a nós.
- 40Mas o outro, repreendendo-o, disse: Não temes a Deus, nem sofrendo a mesma condenação?
- 41"Nós, na verdade, estamos recebendo com justiça o que nossos atos merecem; mas este homem não fez mal algum."
- 42Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
- 43E Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
- 44Já era quase a hora sexta,* e houve trevas em toda a terra até a hora nona,*
- 45"pois o sol havia se escurecido; e o véu do san¬tuário se rasgou ao meio."
- 46Então, exclamando em alta voz, Jesus disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, dizendo isso, expirou.
- 47Quando o centurião viu o que havia acontecido, glorificou a Deus, dizendo: É verdade, este homem era justo.
- 48E toda a multidão que havia presenciado isso, vendo o que acontecera, retirou-se lamentando profundamente.*
- 49Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o haviam seguido desde a Galileia viam tudo isso de longe.
O sepultamento de Jesus
"Mt 27.57-61; Mc 15.42-47; Jo 19.38-42"
- 50Certo homem chamado José, natural de Arimateia, cidade dos judeus, membro do Sinédrio, era bom e justo.
- 51Ele não havia concordado com o plano e com os atos dos outros, e esperava o reino de Deus.
- 52Então, indo até Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus.
- 53Tirando-o da cruz, envolveu-o com um pano de linho e o colocou em um sepulcro escavado na rocha, onde ninguém ainda havia sido posto.
- 54Era o dia da preparação, e o sábado estava para começar.
- 55E as mulheres que vieram com ele da Galileia, seguindo José, viram o sepulcro e como o corpo havia sido colocado ali.
- 56Elas voltaram e prepararam essências aromáticas e perfumes. E, no sábado, descansaram, conforme o mandamento.
Versão: Almeida Século 21